quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

saude no brasil

Saúde no Brasil

Com variações entre as regiões, o atendimento à saúde no Brasil é realizado por entidades públicas e privadas. No entanto, de um modo geral, a maior parte da população brasileira é atendida pelos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), gerenciado pelo Ministério da Saúde e complementado por serviços privados contratados pelo governo.
Com uma população de cerca de 190 milhões de habitantes e uma média de 1,68 médico para cada mil pessoas, número superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (um para cada mil), o Brasil possui serviços de Postos, Centros de Saúde, Consultórios Particulares, Ambulatórios de Hospitais, Pronto Socorro, Emergência, Ambulatório, Consultório de Clínicas e Farmácia. Inovador em alguns programas, o país já tornou-se referência, até mesmo internacional, em determinados temas. Um grande exemplo disso foi a quebra da patente do coquetel da AIDS e a importação de genéricos para o tratamento a doentes atendidos pelo SUS.
Além de programas voltados ao combate de doenças, o Brasil investe em iniciativas que viabilizem e facilitem o acesso de todos à saúde. Uma amostra é o programa Farmácia Popular do Brasil, que facilita a compra de medicamentos para a população de baixa renda. O Ministério Público compra esses medicamentos dos laboratórios e revende por preços menores nas Farmácias Populares espalhadas por todo o país, e também por farmácias privadas cadastradas no programa.
Sobre o perfil das condições de saúde do povo brasileiro, uma constatação demonstra, apesar de muitos problemas, um progresso: o aumento na sua expectativa de vida. Segundo o IBGE, no ano de 1920 o brasileiro vivia em média 42 anos. Já em 2003, a esperança de vida da população era de 69 anos de idade. Ainda de acordo com o IBGE, a melhoria nas condições de vida, o saneamento básico, o atendimento médico e a redução da mortalidade infantil foram alguns dos fatores determinantes para esse aumento.
No que diz respeito à redução da mortalidade infantil, fatores como o saneamento básico, a preocupação com a educação das mães, a expansão das vacinas, o desenvolvimento e implantação de programas de nutrição, programas de assistência às gestantes e mães, de aleitamento, entre outros, são determinantes para a sobrevivência das crianças de até um ano de idade. Apesar desse resultado positivo, as diferenças entre as regiões são enormes. No Nordeste, com a pior situação, a cada mil crianças nascidas vivas, cerca de 44,7 morrem antes de completar um ano. No Norte esse número é de 29,5, e na sequência estão as regiões Centro-Oeste (21,6), Sudeste (21,3) e, com menores números, a região Sul (18,9).
Ainda sobre a realidade da saúde no Brasil e sobre as diferenças entre as grandes regiões, dados do Ministério da Saúde apontam que no Sudeste ocorre o maior número de internações, cerca de 38% do total no país em 2004. Em seguida, com relação ao mesmo ano, estão as regiões Nordeste (29%), Sul (16%), Centre-Oeste (8,4%) e Norte (8,1%). No que diz respeito ao número de consultas médicas realizadas pelo SUS, o Sudeste apresenta a melhor situação com 2,89 consultas por habitante. Na sequência estão o Centro-Oeste (2,61), o Nordeste e o Sul (2,34) e, por fim, o Norte (1,81).
Essas diferenças entre as regiões do Brasil evidenciam as desigualdades e contrastes entre os diversos grupos populacionais e o seu acesso ao sistema de saúde. Tais desigualdades, no entanto, não são o único problema enfrentado pelo país. Apesar da redução da mortalidade infantil, os números de morte de crianças com até um ano ainda é alto, sendo esse um dos principais problemas da saúde no Brasil. Além disso, no país, ainda merecem destaque as altas taxas de mortalidade materna, a crescente elevação da taxa de mortalidade por doenças não transmissíveis (como o câncer, infarto, acidente vascular cerebral e diabetes) e a elevada taxa de mortalidade por acidentes e violência.

Fonte: Portal online do IBGE
Portal online do Ministério da Saúde






Brasil precisa dobrar gasto em saúde, diz especialista

Natalia Cuminale
Há um consenso em torno da necessidade de o combalido sistema público de saúde brasileiro receber mais recursos para deixar a UTI. Mas quanto? Ligia Giovanella, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ligada à Fundação Oswaldo Cruz, apresenta a sua conta: "A princípio, precisamos dobrar os gastos". Além de mais dinheiro, o Sistema Único de Saúde precisa de mais gestão e deverá se defrontar com um novo desafio nos próximos anos. "O SUS vai ter que responder às mudanças sociais. Com a melhoria da situação econômica de uma parcela da sociedade, precisará atender a expectativas da nova classe média baixa." Eis mais um desafio para o presidente que assumirá o posto em 2011. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com a especialista.
Virgínia Damas
Lígia Giovanella, pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Lígia Giovanella: 'Brasil investe muito pouco em saúde'
Qual o maior desafio que o próximo presidente da República deverá enfrentar na área de saúde?
O grande desafio para o novo governo será construir de fato um sistema público universal de saúde, de qualidade, como é o pretendido pelo SUS. O nosso segue um modelo inglês, sem contribuição prévia, financiado pelos recursos fiscais. O primeiro grande desafio é ampliar os recursos. Nos países europeus, os valores destinados à saúde chegam a 8% do PIB. Os gastos brasileiros são, em média, de 3,6%. Considerando-se a riqueza nacional, é muito pouco. A princípio, precisamos dobrar os gastos com saúde pública.
Por que o Brasil investe pouco?
Temos limites nas nossas políticas econômicas, além de disputas sociais e políticas que atrapalham a discussão sobre a quantidade de recursos. Sabemos que um SUS de qualidade e com oferta universal de serviços aumentaria a disposição da classe média em contribuir com o pagamento de impostos. Atualmente, há uma baixa disposição porque a classe média não utiliza o serviço e porque os serviços não são completamente universalizados.
O SUS corre o risco de se tornar inviável? O que precisa ser feito para que não ocorra um colapso no sistema público?
Não acredito que haja risco iminente de colapso do SUS. Mas as escolhas que fizermos a partir de agora podem levar à construção de diferentes tipos de sistema. Por exemplo: uma política mais direcionada a parcelas mais pobres da população ou um sistema de má qualidade, sem acesso universal. O SUS vai ter que responder às mudanças sociais. Com a melhoria da situação econômica de uma parcela da sociedade, precisará atender a expectativas da nova classe média baixa.
Além de aumentar o investimento, o que mais é importante?
Outro desafio é estabelecer prioridades para o modelo assistencial. Atualmente, a cobertura de atenção básica, por meio do programa Saúde da Família, alcança apenas 50% da população. É preciso que haja uma ampliação sustentada, de modo a atingir 80% da população. O ideal é que cada pessoa tivesse acesso regular ao serviço, como acontece na Espanha ou na Inglaterra. O problema é que, mesmo nos municípios onde o acesso foi ampliado, ainda há um gargalo importante na oferta de serviços de média e alta complexidade. Temos prazos excessivamente longos para atendimentos. Até pouco tempo atrás, em algumas cidades, não havia sequer registros da quantidade de pessoas na fila e o tempo de espera. Já estamos em um momento avançado no SUS, em que é necessário dar à população garantias explícitas de que os serviços irão funcionar. Além disso, o Brasil precisa intensificar a formação de médicos especializados em medicina de família e comunidade.
Isso não ocorre?
Existem algumas iniciativas. Porém, o número de médicos especializados nessas áreas é muito pequeno. O Ministério da Saúde não regula de fato a formação de especialistas em medicina. É diferente de outros países. Na Espanha, as vagas de residência para uma ou outra especialidade são definidas a partir da necessidade do sistema público de saúde. Embora no nosso país tenha havido algumas estratégias de aproximação, não é o Ministério da Saúde que trata desse assunto.
Entre as promessas dos candidatos à Presidência, estão a criação de ambulatórios de medicina especializada, a realização de mutirões e o acesso universal a remédios para diabetes e hipertensão. É disso que o Brasil precisa?
Há um problema em relação à oferta de serviços especializados. No entanto, o investimento nessa área não pode interferir na ampliação da atenção primária. Já iniciativas como mutirões podem responder a situações emergenciais, reduzindo filas de espera por cirurgias eletivas. Mas os mutirões não podem ser a política regular de governo: quando eles chegarem ao fim, as filas voltarão a aparecer. Sobre o acesso universal a remédios, já existem políticas de distribuição dos medicamentos para doenças crônicas. Essa é uma política importante de longa duração

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